Poesia: Valeska

Oi, gente!

hoje irei compartilhar uma poesia de minha autoria. O nome da poesia é Valeska – esta poesia tem um estilo de manifesto como resposta ao machismo. Espero que apreciem.

Sou comportada, sou abusada, sou Valeska. Sou de atitude, sou guerreira, sou fresca.

Sou devassa, sou vadia, sou indecente,
Sou freira, sou santa, recatada, sou crente.

Sou o que eu quiser, dou o que eu quiser.

Não confunda meu carisma. Se eu sorri e ser simpática. Não mereço seu estigma.

Se eu quiser dar, eu dou.

Não me limite. Se eu quiser ficar eu fico. Seu eu quiser ir, eu vou.
Posso dar doces amargos, amargos suaves, suaves salgados, salgados picantes, picantes doces.
Mas não seja explícito demonstrando querer somente minha libido, minha respiração ofegante, meu cheiro, meu beijo, meu, teu orgasmo.
Porque ainda tenho um coração.
Sou mulher, não sou objeto, não sou produto e nem sua masturbação.
Caso ainda não saiba, não desejo estar dentro de nenhum padrão.
Não quero ouvir gostosa de peão, psiu de playboy, boneca de alemão.

Mesmo se eu mostrar a minha bunda , meu rosto, meu peito.
Continuo a mesma de sempre e exijo respeito!
Mulher não é propriedade.
Controle-se, abandone esta vaidade!
Não que eu queira um príncipe encantado, pois no Brasil eles nem existem.
Mas em nos rotular ainda insistem.
Posso ser do lar ou do bar.
Eu quem escolho.
Não dite, nem ordene.
Meu corpo, minha mente, minha vida, minhas regras.
A roupa que eu uso, a forma que falo, que escrevo, que eu danço, não te dá permissão para me tocar, me agarrar, assediar, estuprar.
Então pare, evolua!
Não precisa montar em um cavalo branco e gritar que me ama, mas seja gentil, tenha empatia, pois ainda gosto de flores, afeto, cinema.
Porque senão será um nada e não terá nem uma letra do meu poema.

Poema de Alessandra Martins