Oi, gente!
Esta postagem é sobre um documentário de 90 minutos que assisti recente no cinema. Chamado Crônica da demolição. O filme foi lançado em 2015, Dirigido por Eduardo Ades, sendo selecionado para a Première Brasil do Festival do Rio e para a Mostra de São Paulo, e recebeu cinco prêmios, incluindo o de Melhor Documentário no Brasília Int’l Film Festival.
Crônica da demolição mostra a história das transformações urbanas do centro do Rio de Janeiro, a partir do caso quase esquecido que é o Palácio Monroe.
Me interessei por este documentário, pois mostra um trabalho arquitetônico admirável, uma parte da história do Brasil que pouco se ouve falar hoje em dia. Há pessoas que nunca ouviram falar do Palácio Monroe. Eu mesma me senti uma ignorante quando descobri que sabia tão pouco sobre esta história.
Achei o filme um pouco cansativo, ainda mais quando alguns militares comentavam. Confesso que até cochilei algumas vezes, mas também não posso negar que o filme trata de um assunto bastante interessante, ainda mais para os fãs de arquitetura, urbanismo, arte e história.
Sinopse:
No Centro do Rio de Janeiro, uma praça vazia com um chafariz seco e um estacionamento subterrâneo. Há quarenta anos ali ficava o Palácio Monroe, antiga sede do Senado Federal. Uma história de sabres e leões, militares e arquitetos, passado e futuro.
“Crônica da Demolição é uma reunião de crônicas dos mais diferentes estilos prejudicada pela falta de um texto de apresentação e de um editor mais sensível na harmonização dos relatos. Patrocinado pelo Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Rio de Janeiro, o longa é composto por dezenas de depoimentos de arquitetos e urbanistas e a ausência de um historiador contribuindo para a narrativa é bastante sentida. “ – Parte da crítica no Adoro Cinema, da adorável e talentosa Taiani Mendes.(❤️) Para ler a hiper fundamentada crítica na íntegra, click aqui.
O que foi o Palácio Monroe?
O Palácio Monroe foi uma belíssima construção arquitetônica, do século passado, situada no Rio de Janeiro – que hoje, infelizmente, não existe mais.
Construído originalmente nos EUA pelo Governo do Brasil que participava das comemorações do centenário de aniversario de integração do Estado de Louisiana nos EUA. Esse estado pertenceu à França até 1803. A sua construção causou impacto perante a todos os presentes à comemoração. A imprensa americana ressaltou seu estilo, suas linhas. Por fim foi merecedor do prêmio de melhor arquitetura da época, o Grande Prêmio Medalha de Ouro. Seu projetista foi o Coronel Arquiteto Francisco Marcelino de Souza Aguiar. Sua estrutura, toda metálica, permitiu seu desmonte para ser remontado em solo brasileiro. Foi erguido então no fim da Rua do Passeio onde havia um velho casario, do lado da atual praça da Cinelândia. Com 1700 metros quadrados de área construída, em estilo eclético, era caracterizado por uma liberação geral de diversas origens que marcou o rompimento do uso da arquitetura portuguesa no Brasil.
1906 por ocasião da Terceira Conferencia Pan Americana que foi sediada nele. Sua reconstrução, depois da sua transferência dos EUA, começou em 1904. Durante a abertura da Conferência, o mestre de cerimônias, Barão do Rio Banco, batizou o, então, Pavilhão Brasil (lembre-se que ele foi construído para representar nosso país nos EUA), de Palácio Monroe, uma homenagem ao presidente norte americano James Monroe, idealizador do Pan Americanismo. Além dessa conferencia o Monroe foi palco de vários eventos, tais como, 4º Congresso Médico latino Americano, foi sede do Ministério da Viação, sediou o Congresso Internacional de Jurisconsultos entre outras coisas.
Entre 1914 e 1922, o Palácio Monroe foi sede provisória da Câmara dos Deputados, enquanto o Palácio Tiradentes era construído. Com a inauguração deste, durante as comemorações do primeiro centenário da independência, em 1925, o Senado Federal passou a utilizar o Monroe como sua sede.
Com a transferência da capital federal do Rio para Brasília, o Monroe passou a sediar o Estado Maior das Forças Armadas.
Em 1974, durante as obras de construção do Metrô do Rio de Janeiro, o traçado dos túneis foi desviado para não afetar as fundações do palácio. Nessa época o Governo Estadual decretou o seu tombamento.
Mesmo depois de os traçados dos túneis do metrô terem sido desviadas para não atingir o monumento. Por interesses pessoais, foi lançada uma campanha mobilizada fortemente pelo jornal O Globo, com o apoio de alguns arquitetos modernistas como Lúcio Costa pediu a demolição do Palácio Monroe, sob alegações estéticas e de que o prédio atrapalhava o trânsito. O presidente da época, Ernesto Geisel, também não era favorável ao edifício, sob a alegação de que prejudicava a visão do Monumento aos Mortos da Segunda Guerra Mundial, não concedeu o decreto federal de tombamento e, aprovou o pedido de demolição, sendo em março de 1976, o monumento histórico demolido.
No lugar onde era o Palácio, foi construída um chafariz, que atualmente está desativado, junto a um estacionamento subterrâneo, e do lado a Praça Mahatma Gandhi.
Trailer oficial do documentário:
E você já tinha ouvido falar no Palácio Monroe? Já assistiu ao filme? O que achou da postagem? Comente aqui. Um beijo e até a próxima. 🌹🤗