Poema: Mil duzentos e vinte

img_1136São Tantos livros não lidos.

São tantas músicas não ouvidas.

São tantos olhares trocados.

São tantos medos, desejos não queridos.

Tantas palavras não ditas.

Tantas escolhas não decididas.

Amores acabados, mas sem despedidas.

Atitudes tomadas, mas arrependidas.

São horas e dias. São tempos perdidos.

São tantos poemas guardados.

São tantos abraços não dados.

Quantos perdões, quantos  sorrisos, quantas ruas sem saídas?

São tantos “Sins”, são tantos “Nãos”.

São tantos caminhos sem direções.

São tempos que não voltam.

São lembranças que revivem.

Que causam arrependimento ou  causam saudade.

São destinos cruzados, mas por receio evitados.

São pensamentos perdidos e nunca achados.

E a liberdade?

Que achamos que encontramos, mas incessantemente buscamos.

É a vida.

A vida estranha e passageira.

A vida que vivemos, mas muitas vezes nem sabemos como realmente viver.

Como aproveitar sem o tempo perder?

O relógio.

Ele parece correr.

Não para, mas se parar é porque acabou. Momento de jazer.

O tempo.

É frio.

O frio da distância de ficar perto, da ausência de um toque, de mostrar ter afeto.

O frio da vida, o frio da morte.

De um dia de sol ou de um dia sem sorte.

Tristeza.

De não ter feito, de não ter ido, de ter batido, de ter partido.


Por Alessandra Martins

Fotografia de Filipe Lisboa

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2 comentários em “Poema: Mil duzentos e vinte

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