Oi, gente querida!
Hoje compartilho mais uma poesia com vocês. Espero que gostem. 🧝🏾♀️
Monalisa
Como é linda, tão acessa.
É a “Ville Lumière”.
Fiquei exposta. Fiquei exposta lá. Estendida, aberta, esfumada, vazia.
Todos me viam, comiam, consumiam, muitos olhavam, mas não me entendiam. Outros fotografavam, gravavam o momento, mas não me sentiam. E eu? Eu só ria. Também tocava, era estudada, significava, dizia.
Sorria! Era o que o namorado falava para a namorada parada de costas para mim.. O professor me explicava, o curador me cuidava, O aluno me fitava, imergia.
Eu via e vejo mares de gente todos os dias. Eu também chorava, mas poucos percebiam, eu gritava, mas minha voz não saía, lamentava pela exibição que nunca padecia. Fui esfregada e posta naquela tela fria, sem moldura. Para que? Qual é o sentido? Sou natureza, sou vida, sou criação, mas não existe perfeição!
Renasci, brinquei com as cores, briguei com as crenças, apareci nas sombras, vivo e vivi. Eu não descanso e nunca morri.
Estou presa a um destino insosso.
Me apaga, Da Vinci!
Cansei, quero voltar a ser esboço.
Monalisa por Alessandra Martins